Qual é o limite entre uma simples brincadeira e uma ofensa? Essa discussão, já antiga em nossa sociedade, tem ganhado muita força nos últimos tempos.
Dentro do ambiente escolar, a pauta virou alvo do esforço de coordenadores e pedagogos em todo o mundo.
O bullying virtual é um desdobramento desse assunto. Afinal, ele transcende o ambiente físico da escola e leva o problema para os dispositivos eletrônicos, manifestando-se principalmente nas mídias sociais.
Por se manifestar no ambiente virtual, esse comportamento parece estar fora do nosso controle. Será que existem formas de combatê-lo e reverter essa situação?
Sim, existem — a partir do monitoramento efetivo e a ajuda de profissionais qualificados. Continue lendo o post e saiba mais!
O que é bullying virtual?
Também chamado de cyberbullying, trata-se de uma extensão do bullying “tradicional”, porém realizado através da internet.
No entanto, há o agravante de o agressor poder se esconder no anonimato propiciado pelas vias virtuais.
Ele é realizado por meio de mensagens ameaçadoras, difamatórias ou ofensivas enviadas por e-mail, blogs, aplicativos, redes sociais etc.
As consequências podem ser variadas, podendo chegar à depressão e ao estresse infantil.
Para Luciene Tognetta, doutora em psicologia escolar pela Unicamp, “o autor, assim como o alvo, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos”.
Ou seja, aquele que ofende também sofre as consequências de seu gesto, já que se sente cada vez mais à vontade para agredir outras pessoas.
Como monitorar o bullying virtual?
Monitorar essa prática requer planejamento e atenção por parte da família. Gestores educacionais e os próprios professores também podem ajudar muito.
Confira abaixo algumas medidas úteis para que você faça esse monitoramento:
Tenha os olhos sempre atentos
Quando o jovem estiver mexendo no celular ou no computador, é bom que você esteja por perto. A ideia não é bisbilhotar, mas sim ter atenção ao que ele mais faz na frente das telas.
Faça restrições de páginas, apps e vídeos impróprios
Smartphones não são brinquedos e é importante que os jovens tenham acesso a conteúdos mais educativos.
Por exemplo, é possível que você bloqueie alguns sites sem instalar programas ou realizar comandos complexos.
Converse com franqueza e paciência
Assim como nas outras áreas da vida, as crianças e jovens necessitam ser orientados em relação ao que eles ainda não conhecem direito.
Dessa forma, busque manter um diálogo saudável e sincero sobre as preferências e práticas que eles têm no mundo virtual.
Bloqueie os agressores
Em certos casos, a melhor coisa que você pode fazer é intervir e ajudar. Bloqueie o acesso dos agressores às mídias das vítimas e denuncie-os de acordo com as normas da plataforma em questão (Facebook, e-mail etc.).
Por que monitorar o bullying virtual?
Um estudo feito pela Sam Houston State University mostrou que as consequências “offline” das ameaças e ofensas virtuais podem fazer com que os jovens queiram até mesmo deixar de ir à escola.
De acordo com essa pesquisa, 29% dos 3.500 alunos entrevistados já tinham sido vítimas de bullying, ao passo que 7% deles já havia sofrido cyberbullying. Segundo os pesquisadores, a tendência é de que esse número ainda aumente.
Prevenir é o melhor remédio. Se você deseja que os seus filhos tenham uma educação plena, monitorar o bullying virtual é uma medida necessária.